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Homens com disfunção erétil podem ter risco de morte aumentado


Um estudo que seria apresentado no ENDO 2020, a reunião anual da Sociedade Americana de Endocrinologia, chegou à conclusão de que homens com disfunção erétil têm risco de morte aumentada, independentemente de seus níveis de testosterona.

Segundo o Dr. Marcelo Lorenzi, médico urologista do Centro Integrado de Urologia (CIU), a disfunção erétil pode preceder sintomas cardiovasculares em até 10 anos. Por este motivo, os médicos urologistas devem estar atentos ao atenderem pacientes com estas queixas, encaminhando a outros especialistas sempre que houver suspeita.

“Um paciente com disfunção erétil pode apresentar deficiência na irrigação dos microvasos periféricos que, com o passar do tempo, afetarão estruturas vitais, como o miocárdio”.

O evento, que seria realizado em março último, na Califórnia, Estados Unidos, mas foi cancelado em virtude da pandemia da COVID-19, foi publicado em um suplemento especial do Journal of the Endocrine Society, a publicação científica da entidade médica organizadora do evento.

Segundo o Prof. Dr. Leen Antonio, pesquisador principal do estudo, médico do Hospital KU Leuven, na Bélgica, doença vascular e baixos níveis de testosterona, que prejudicam a função erétil, podem ser um sinal precoce de aumento do risco cardiovascular e da mortalidade.

Os baixos níveis de testosterona têm sido associados a um maior risco de morte em homens de meia idade e de idade mais avançada, mas os resultados do estudo ainda são inconsistentes, afirmou o especialista.

Os pesquisadores utilizaram dados do Estudo Europeu do Envelhecimento Masculino (EMAS), um grande estudo observacional desenvolvido para investigar alterações hormonais relacionadas à idade, com uma ampla gama de informações em saúde. Foram analisados dados de 1.913 participantes de cinco centros médicos diferentes, incluindo a relação entre medidas hormonais e função sexual ao longo de 12 anos.

Durante o acompanhamento, 483 homens (25%) morreram. Nos homens com níveis normais de testosterona, a presença de sintomas sexuais, particularmente disfunção erétil, aumentou o risco de morte em 51%, quando comparados a homens sem esses sintomas.

O resumo do estudo está disponível em https://www.endocrine.org/-/media/endocrine/files/endo2020/abstracts/antonio-abstract.pdf

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